"Trabalhamos em empregos que não
gostamos, para comprar um monte de coisa que nãoprecisamos. As coisas
que você possui acabam possuindo você, esta é a sua vida, e ela está
acabando um minuto de cada vez. Somos uma geração de homens
criados por mulheres. Somos uma geração sem peso na história, sem
propósito ou lugar. Nós não temos uma Guerra Mundial, nós não temos uma
Grande Depressão, nossa Guerra é a espiritual, nossa Depressão, são
nossas vidas. Fomos criados através da tv para acreditar
que um dia seriamos milionários, estrelas do cinema ou astros do rock.
Mas não somos. E aos poucos tomamos consciência do fato.
E estamos muito, muito putos."
Hoje, depois de meses, me bateu uma louca vontade de escrever. Não consegui pensar direito em outra coisa a não ser no que eu tinha lido na noite, madrugada ou tarde do dia anterior. Tudo que eu queria era sentar na frente de alguma coisa qual pudesse escrever. E cá estou. Talvez escrever sobre nada ou ninguém, um fato do cotidiano ou o quão estou feliz por esse sentimento inundar algo que estava seco. Há meses tento extrair algumas palavras da mente, que coisa outrora saíam com tanta facilidade quanto o sorriso de uma criança que acaba de ganhar um de seus doces favoritos. Meses olhando pra tela em branco no computador com um maldito traço insistente em piscar ou comer cada simples letra, frase ou estrofe que eu escrevesse. Meses com uma caneta na mão olhando para uma folha em branco que teria, no término da experiência, mais gotas de café derrubadas por uma mão trêmula do que tinta. Como seria bom revirar uma pasta hoje e ver várias folhas cheias de textos que já escrevi; ler e dar risada (ou chorar) das idéias absurdas que já tive a coragem de escrever, de alguns sociopatas com facas, de sentimentos deixados de lados, de dramas familiares que sempre enfrentei ou simplesmente de desabafos de uma mente cansada e tristonha. Ontem parei para ler coisas publicada por quem vos fala aqui nessa página de dados em uma rede mundial e senti uma nostalgia agridoce. Engraçado relembrar algumas das minhas opiniões que foram guardadas e esquecidas dentro de mim. Doloroso ver o rapaz de um ano atrás sofrer por amor e se meter a poeta do século XIX. E o mais legal disso é ver que sempre há fases na vida, tudo muda. O que te mataria ontem te faz mais forte daqui alguns meses, anos ou realmente consegue o que quer. E bom, ainda estou respirando, creio eu.
Espero que a vontade não acabe por aqui; ainda há muito a se contar para ninguém ou, quem sabe, três ou quatro.
As vezes, tentamos desesperadamente acordar quando estamos tendo pesadelos. As vezes temos êxito nisso tudo, as vezes apenas vemos aquilo prosseguir de mãos atadas. Mas no fim de tudo, acordamos uma hora ou outra e vemos que estava apenas na nossa cabeça, fruto do nosso subconsciente. As vezes, pesadelos tem algum significado que possa encaixar-se na sua vida, na situação em que você está passando e etc. Terrivel é você viver em um pesadelo. Um sonho ruim, que você espera acordar, e espera, e espera, e espera [...] Mas no fim de tudo, você está acordado, de olhos abertos e, por pior que seja, tudo aquilo é real. E você parar para pensar e ver que isso não está te levando a lugar nenhum, que apenas te consome como que o fogo consome tudo.
Após quase um ano que não posto nada aqui no blog, decido voltar, talvez. Muita coisa em mim mudou desde a última vez que escrevi algo aqui, tanto físicamente quanto psicologicamente. Talvez para melhor, talvez não.
Esse ano que se passou, foi sem dúvidas, o melhor de todos pra mim. Mas aparentemente foi apenas uma fase. A vida é cheia dessas coisas; quando tudo começa a se encaixar, quando tudo parece perfeito ao seus olhos... ela tira-lhe tudo (ou quase tudo) e te deixa no chão, te faz regredir e sentir tudo o que você sentia antes.
Mas o que eu posso fazer? Não sei se o melhor é sentar e esperar que as coisas se resolvam ou correr atrás de um novo recomeço... Talvez eu faça os dois, dosadamente... ou não faça nenhum deles.